ROCK IN RIO - ELETRÔNICA
Domingo dia 22 de Setembro terminou mais um histórico Rock in Rio, festival carismático que possui destaque um pouco por todo o globo. Acompanhei toda a transmissão do festival pela TV no canal MultiShow em alta definição o que foi extremamente positivo para a dinamização do festival pelas massas. Como projeto dedicado ao Djing, o Cultura de Dj não poderia deixar passar este momento para explorar o foco do espaço dedicado à música Eletrônica do Festival que contou com um cartaz bem recheado com nomes sonantes no panorama nacional e internacional.
O CARTAZ
Dentro das atrações que passaram pela cidade do rock podemos destacar nomes como Otto Knows, Life is a Loop, Vitalic, Anderson Noise, Mau Mau, Renato Ratier, dOP, Wehbba, Renato Cohen, Brodinski, Gesaffekstein, Ferris, Rodrigo Vieira, Dexterz, Paul Oakenfold, Dj Vibe, Guti, Loco Dice, Tiga e ainda Felguk. Vários outros nomes passaram pelo espaço dedicado à música eletrônica e na teoria poderia dizer que se tratou de um cartaz que apesar de contar com nomes menos conhecidos pelas massas, foi bem estruturado e prometia ser um absoluto sucesso.
TRANSMISSÃO
Uma das surpresas no que diz respeito ao espaço da Eletrônica foi a ausência da transmissão das várias apresentações. Talvez alguns streams tenham sido disponibilizados por via independente mas, pela via oficial não vimos qualquer referência a um palco em que os Djs eram destaque absoluto. Talvez por isso mesmo, as tais massas não sentiram o gosto deste formato musical que tem arrastado dezenas de milhares de fãs um pouco por todo o mundo. Seria dessa forma interessante que canais como MTV, VH1 ou BIS fossem alternativas ao programa principal dos palcos Sunset e Mundo e pudessem oferecer aos fãs das batidas eletrônicas a oportunidade de acompanhar o line up de Djs do festival.
A ORGANIZAÇÃO
O Rock in Rio teve segundo o que pude apurar, uma organização sem defeitos a apontar e a opinião de quem circulou pela cidade do Rock foi que esta foi a edição do festival com a melhor organização, segurança, line up e estrutura sonora. Algo curioso foi ver que o cartaz de eletrônica se fundia com o cartaz do Palco Mundo no que diz respeito a horários. Na teoria poderia ser algo positivo pois os horários com maior pico de público são atingidos às 22 horas. Mesmo assim, teria sido extremamente positivo poder ver um espaço dedicado à eletrônica ter o seu auge após o fecho do palco mundo. Talvez fosse interessante criar acesso exclusivo ao espaço da eletrônica com ingressos mais acessíveis para quem viria curtir "a balada" após o encerramento do palco mundo. Talvez assim, fosse possível ter o evento até ao sol raiar com uma boa quantidade de público que dignificaria os artistas.
A MELHORAR
Até poderíamos dizer que o francês David Guetta estaria desenquadrado pois se apresentou no palco mundo, de qualquer forma o produtor tem linguagem "pop" e poderá ter sido uma escolha acertada pela organização. Talvez algo interessante fosse ter um line up de eletrônica menor a cada dia mas por exemplo em um palco maior, aproveitando assim a massa humana que estava presente nos palcos principais. Talvez uma solução viável seria por exemplo, iniciar a atração eletrônica no palco mundo ou então ter um dia dedicado exclusivamente à música eletrônica em ambos os palcos Sunset e Mundo. Sem dúvida que fã de Rock e Metal raramente se interessa por House ou Techno e dessa forma os artistas que se apresentaram nesses dias sentiram nada mais do que uma enorme frustração por terem um espaço onde apenas 50 pessoas se faziam presentes.
RETROSPECTIVA
O palco Eletrônica teve alguns momentos altos mas ficou marcado por alguns momentos menos intensos, o grupo Dexterz segundo o que foi anunciado pela imprensa especializada ,não atraiu e foi uma das apresentações com menos público no espaço. Segundo o que foi apurado o número de fãs chegou a 35 durante a apresentação. Muitos dos visitantes afirmaram que em termos estratégicos o palco da eletrônica ficava em localização que passava despercebida e que só na saída do evento muita gente tomava consciência da sua existência. Despreparo ou falta de atenção, a programação do Rock in Rio foi amplamente divulgada sem favoritismos. A Eletrônica sempre foi destacada e nem por isso o público fixou a sua existência. Talvez o universo das batidas ainda não esteja amplamente divulgado no Brasil ou talvez o problema tenha sido a falta de enquadramento na realidade Brasileira. O palco de música eletrônica que surgiu em 2011 no Rock in Rio Lisboa teve um sucesso surpreendente na Europa talvez porque a cultura da música eletrônica seja mais difundida e mais consumida pelo público do velho continente. Talvez a sua presença no Rio de Janeiro tenha sido pouco eficaz pelas realidades do país no quesito eletrônico.
CONCLUSÃO
Os empresários responsáveis pelo Rock in Rio já haviam anunciado a criação de um novo festival dedicado em exclusivo à música eletrônica que terá sua primeira edição em 2015. Talvez a solução será essa mesmo, a da criação de um festival exclusivo para esse formato onde o público possa de forma mais segmentada vibrar ao som de todo o line up. Acredito que todos os artistas que abrilhantam o Rock in Rio devem ter o apoio de programação que lhes garanta maior afluência de público e isso foi algo que não esteve presente em todos os segmentos (com destaque para a programação eletrônica). Semelhante à opinião de muitos, acredito que o festival tem um mérito gigante no panorama mundial mas, ao mesmo tempo, alguns estilos que nele figuram são incompatíveis em simultâneo. Jamais um fã de metal irá curtir "música de balada" e isso é algo a pensar ao elaborar a programação do festival. A sugestão do Cultura de Dj ficaria pela estreia do novo festival (ainda sem nome) dedicado à música eletrônica enquanto abolíamos a presença do espaço da Eletrônica no Rock in Rio. Dessa forma será possível oferecer melhores sensações a público e a artistas intensificando assim a energia do evento.
E você, o que achou da programação de música eletrônica do Rock in Rio 2013?
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