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Daft Punk

DAFT PUNK
O Cultura de Dj não tem por norma elaborar artigos de opinião sobre músicos ou artistas no sentido literal da palavra. De qualquer forma, e devido a um crescente "Buzz" à volta do lançamento do álbum RAM (Random Access Memories) do grupo francês Daft Punk, sou obrigado como editor a acreditar que existe necessidade de falar sobre o novo trabalho, sobre o que ele representa na conjuntura atual musical e sobre as várias reações que vamos vendo um pouco por todas as redes sociais.

Para quem não sabe, a dupla francesa (Homem-Christo e Thomas Bangalter) iniciou o projeto Daft Punk nos anos 90 após uma breve passagem pelo rock na banda "Darlin", uma banda inspirada nos "Beach Boys" que tocava covers e alguns originais. Após essa breve passagem o projeto Daft Punk surgiu tendo lançado o seu primeiro álbum de estúdio "Homework" em 1997, seguido de "Discovery" em 2001, "Human After All" em 2005 e agora em 2013 "Random Access Memories". Alguns outros álbuns foram lançados durante estes anos que incluiram álbuns ao vivo, bandas sonoras de filmes e vários de remixes.


Daft Punk

RANDOM ACCESS MEMORIES
Pois bem é este nome o "calcanhar de Aquiles" do mercado da música eletrônica atual, e porquê perguntam os leitores? Acredito que este álbum poderá representar o fim de uma era e início de uma nova e a razão é simples: pelo pouco que foi dado a conhecer ao público, as influências voltam no tempo e bebem das raízes do disco, do soul e do funky house. A questão aqui é que os Daft Punk acabam representando uma posição "mainstream" no mercado mundial, e representam na atual conjuntura a possibilidade de vermos uma total modificação do público da música eletrônica, em um momento que passamos claramente por uma crise de identidade dos artistas dos "top's" internacionais. Hoje em dia, se fecharmos os olhos e apenas escutarmos os vários singles de música eletrônica de "massas" quase que poderíamos jurar que tudo faz parte de um só artista tais são as semelhanças entre as várias músicas que invadem nossos ouvidos na rádio e nas festas. E é aqui que está a controvérsia: será que o público irá aguentar muito mais tempo o tipo de música que se vem vendendo "à pressão" pelas editoras? Ou será que o lançamento deste novo álbum abre as portas para os estilos mais adormecidos da e-music como o disco house, funky house, deep house e soulful house?

Este álbum conta com várias colaborações como Julian Casablancas, Panda Bear, Paul Williams, Giorgio Moroder, DJ Falcon, Chilly Gonzales, Todd Edwards, Pharrell Williams e Nile Rodgers. Se estes nomes não lhe dizem nada, pesquisem sobre eles e percebam que os Daft Punk não estão entrando em 2013 para brincadeiras e sim para transmitir uma mensagem: é preciso voltar a trazer conteúdo cultural à música eletrônica. Tal como o nome do álbum sugere "Random Access Memories" ou Memórias de Acesso Aleatório faz-nos sub-entender que o novo álbum estará repleto de sons que nos farão imediatamente lembrar momentos do nosso passado, ou seja sons importantes o suficiente que ficaram gravados na nossa mente musical. A estratégia de marketing da dupla está simplesmente fantástica pois com o levantar do véu em velocidade abaixo dos 90bpm's está a permitir que se crie uma enorme viralidade e especulação que está a mudar mentalidades e a permitir que o público volte a relembrar o trajeto do grupo.

Daft Punk

O FUTURO
O que temos visto nas redes sociais não sei se posso considerar crítica ou "medo" de alguma mudança. Concerteza que as produtoras começam a ficar atentas, pois se o público começar a migrar para estilos musicais mais complexos e com batidas menos agressivas, concerteza é preciso repensar toda a sua estratégia comercial. Acabamos por encontrar uma contradição: se por um lado a sociedade está cada vez mais virtual, existem sinais de que a música que poderá vingar no futuro será a música do passado ou seja a que permitia que o ser humano pudesse conviver e socializar em "carne e osso". Isso faz com que determinados eventos hoje considerados alternativos ou não lucrativos possam amanhã virar os focos das massas. Aqui é claro para nós, existirá a separação das águas: a volta do bom e velho Techno na sua vertente mais Tech House e o claro desenvolvimento de todas as variantes do Deep: Soulful, Disco, Funky, etc. Se as nossas previsões não nos falharem, veremos a extrema necessidade do público escutar algo menos mecânico e mais orgãnico. Ritmos com mais "groove", batidas mais envolventes, vozes mais soul e recurso a sons de instrumentos musicais "puros" e sem grandes efeitos ou distorções.

O bom do ser humano é que vamos colhendo ao longo do nosso caminho vários fragmentos que podemos chamar de "História de Vida" e em termos musical, é nobre vermos os Daft Punk explorarem o que pode ser considerado como as melhores décadas em termos de cultura musical. Através da associação inconsciente dos sons e dos bons momentos que eles ilustram do nosso passado, podemos viver um futuro com base em sorrisos do passado, e caros leitores, é exatamente o que este primeiro single dos Daft Punk que caiu na rede nos proporciona: Um incondicional sorriso e paz interior que nos cativa sem grande esforço!


CONCLUSÃO
O novo álbum dos Daft Punk é já um fenómeno e ainda nem sequer chegou à data do seu lançamento. Isto indica claramente que o público está sedento por algo inovador e rico (Não confundir com algo novo). Se existe quem critique que a sonoridade é algo semelhante ao passado dos anos 80, devo acrescentar que poucos artistas em plenas faculdades mentais o fariam como eles estão fazendo no ano 2013. Isso indica apenas uma coisa: Daft Punk é algo que tem a ver com fazer o que se gosta e não algo vocacionado para rivalizar com os sucessos do mercado de hoje em dia. É curioso que somos quase "obrigados" a relembrar os singles da banda do passado e a sensação que fica é que aqueles foram bons tempos, muito diferentes da realidade dos nossos dias. Não estou tentando ser crítico e muito menos sou um "fan-boy" do dueto francês, mas é sem dúvida gratificante poder oferecer algo "novo" aos meus ouvidos que me leva aos tempos do "old-school" no presente. Talvez a minha opinião seja influenciada por mais de 22 anos de formação musical, talvez seja mais um dos muitos que se sente desenquadrado quando frequenta uma festa comum em um clube hoje em dia, ou talvez faça parte dum grupo de "renegados" que já não acreditava mais na volta do que era bom!

Pois hoje em dia com o Random Access Memories...volto a acreditar!

Acha que o novo álbum dos Daft Punk marca o início de uma nova era?
Qual o impacto do seu lançamento no cenário da e-music mundial?
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